Foto: Magali Colonetti |
Por Ana Ferrareze
Iraci Leal Pereira de
Oliveira faz muitas coisas nesta vida, mas sua grande paixão é ser Pastorinha. Filha
de Mestre Zé Limão, é a floreira da apresentação. Não podia ser diferente.
Iraci demonstra tanta paz de espírito que parece estar o tempo inteiro espalhando
flores por aí. “Tá no sangue, né? Nasci e cresci vendo meu pai cantar e tocar.
Minha mãe também canta. É de berço”, diz. Entre uma prosa e outra, pede para
nos contar sobre as Pastorinhas. Fala sobre a estrela, os três pastores, a
contra-mestra, a jardineira, a rica-floreira, a libertina, a borboleta e as
duas ciganas, cantando um pouco dos versos que cada uma entoa durante as
apresentações. O sorriso fica ainda maior quando chega em sua parte. A voz fica
mais forte e parece que é Natal. Que estamos em frente a uma casa no distrito
de Lagoa Trindade, junto ao presépio, renovando as esperanças para o ano que logo
se anuncia.
As Pastorinhas começam a se
apresentar na noite de 24 para 25 de dezembro e vão até o dia 6 de janeiro.
Passam pelas casas da comunidade encenando o nascimento do menino Jesus com
coral afinado e tocadores de tambor, pandeiro, cavaquinho, viola. Mesmo com
tanta magia, a tradição fica alguns anos sem sair por falta de coro. “Quando a
gente ama, tem paixão, permanece. Mas não é todo mundo que sente isso”, diz
Iraci. “Mesmo assim, não importa se deixamos passar algum ano, a gente volta
sempre”. Vida longa às Pastorinhas!
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